Escrito por José Borlido

202212123EscolaPPauloAlves 1O Movimento dos Cursilhos de Cristandade, realizou no passado dia 12 de dezembro pelas 21,15horas, no Centro Pastoral Paulo VI, a 3ª. Sessão de Escola. Foi palestrante o Padre Paulo Alves.

O Padre Paulo Alves, começou por lançar aos presentes algumas questões para reflexão: De que forma eu me encaminho para a Igreja? Para a Liturgia? Será que é para cumprir um rito? Ou será que há em mim um desejo de me encontrar com Cristo? Nós sabemos que cada celebração é Cristo que vem ao nosso encontro. Será que nós vamos com este desejo de nos encontrarmos com Cristo? E dando-nos como exemplo a impermeabilidade do guarda-chuva, continuou a questionar-nos, qual será a grande dificuldade de hoje? Não será que somos guarda chuvas, impermeáveis à mensagem de Deus? A reforma Litúrgica surgiu após o Concilio Vaticano II, dando origem a algumas correntes contraditórias, mencionando esta reforma como a responsável pela descristianização do mundo.

Verificando-se dois excessos/dois extremos: uns recusam a reforma, outros sendo fiéis, exagerando, trocando a fidelidade pelo criativíssimo, motivo pelo qual, o Papa Francisco sentiu a necessidade de publicar a Carta Apostólica ‘Desiderio desideravi’, onde se dirige a toda a Igreja para pedir o fim das “polémicas” sobre a Liturgia, criticando tanto o desleixo como o excesso de formalismo nas celebrações litúrgicas.

Mas afinal, o que é a Liturgia em si? O Papa Francisco na sua Carta salienta o desejo que Deus tem por nós, apelando-nos a redescobrir, cuidar e viver a celebração.

Podemos perguntar: o que tem a celebração assim de tão importante? Como nos refere o Concilio Vaticano II, é a meta e fonte da ação da Igreja, tudo começa no desejo de Deus.

É o dom da Páscoa do Senhor que, acolhido com docilidade, faz nova a nossa vida. Só se entra no Cenáculo pela força de atração do seu desejo de comer a Páscoa connosco: “Tenho desejado ardentemente comer esta Páscoa convosco”. A Celebração é só uma, é a atualização da última Ceia, que é a única Ceia da qual todos participamos por graça do Espírito Santo, com gestos e sinais concretos.

A liturgia é o encontro com Cristo, mas é mais o encontro connosco quando vamos à Igreja. Cada liturgia, cada celebração é um encontro com Cristo, um Deus que não está ausente, mas um Deus presente. A nossa alegria faz-nos caminhar com esperança, redescobrir, cuidar e viver cada Liturgia. Na liturgia cada celebração é a actualização da última Ceia de Cristo. As nossas celebrações são para descobrirmos quem é Deus, que encarnou para chegarmos até Ele.

Com esta Carta, o Papa Francisco desafia-nos a deixarmo-nos encantar, apesar das dificuldades que possamos sentir, deixemo-nos encantar, redescobrindo a beleza que é Deus e da nossa vida iluminada por Ele. Com o Natal, Deus desce até nós, para nos elevar até Ele com a Páscoa (morte e ressurreição); nós recebemos Cristo para sermos como Cristo e não para nos endeusarmos, mas para nos cristificarmos.

O Papa Francisco, na sua Exortação Apostólica, “A Alegria do Evangelho”, diz-nos que a Igreja evangeliza e se evangeliza, com a beleza da Celebração e esta beleza está na beleza do que é celebrar, por isso, há que cuidar da Celebração.

Como reentrar neste modo de estar? Como cuidar da beleza da Celebração? Qual é o nosso estado de espírito quando entramos na Igreja para celebrarmos a última Ceia de Cristo? O Papa Francisco, afirma na Carta que cada aspeto do celebrar deve ser cuidado (espaço, tempo, gestos, palavras, objetos, vestes, canto, música...) e cada rúbrica deve ser observada: bastaria essa atenção para evitar privar a assembleia do que lhe é devido, ou seja, o mistério pascal celebrado na modalidade ritual que a Igreja estabelece. Apelando-nos por isso à formação, sermos formados para a Liturgia, mas sobretudo sermos formados pela liturgia. A formação dos leitores é importante e deve ser permanente.

A finalidade principal desta Carta é a recuperação da beleza da Liturgia e o primeiro ato a cumprir, é rendermo-nos ao amor de Deus!

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