Escrito por José Borlido

Downloads 00002O Movimento Diocesano dos Cusilhos de Cristandade, realizou no passado dia 3 de dezembro, no Auditório do Centro Pastoral Paulo VI em Darque, o “Dia de Espiritualidade, que contou com a presença de dezenas de Cursilhistas, vindos dos Vários Arciprestados da nossa Diocese.

Foi palestrante o reverendo Padre Renato Filipe da Silva Oliveira, formador do Seminário Diocesano e Diretor do Jornal Notícia de Viana.

O dia de Espiritualidade constou de três reflexões e terminou com a celebração da Eucaristia do I Domingo do Advento.

Pelas 9,30horas, foi rezada a Oração de Laudes a que se seguiu a primeira reflexão, em que palestrante começou por fazer uma abordagem da Carta Pastoral do nosso Bispo D. Anacleto Oliveira, “Somos Igreja que Agradece”, referindo que, dada a formação do nosso Bispo, na área Bíblica “Biblista”, torna as suas Cartas não só Pastorais, mas também Bíblicas e refletivas.

A Gratidão deve ser feita a partir do encontro pessoal com Jesus Cristo, como Cristãos reflitamos o que significa para mim este “Ano Jubilar” nos 40 anos da nossa Diocese, o que é que Jesus me quer dizer a mim, hoje na minha vida, na minha família, no meu local de trabalho, na minha comunidade, e no mundo. Esta Gratidão pela nossa Diocese, só terá sentido se nos aproximar mais de Jesus Cristo.

Estamos no I Domingo do Advento, tempo de preparação para o Natal e o Cristão é essencialmente aquele que acredita naquele que vai nascer.

Partindo da “parábola do “bom Samaritano” do Evangelho de S. Lucas (10, 25-37), o Padre Renato, pôs em relevo a passagem, em que Jesus diz ao Dr. da Lei, “amarás o Senhor teu Deus, com todo o teu coração, com todas as tuas forças e amarás o próximo como a ti mesmo” e o mandato de Jesus com que termina a parábola ao dizer ao Dr. da Lei: “vai e faz o mesmo”.

Eu quis-me próximo de cada um de vós, para que devidamente curados, partísseis para curar o vosso próximo disse Jesus.

Não podemos ser só próximos só daqueles que estão mais junto de nós: O próximo tem que ser aquele que necessita da minha ajuda. Temos que ir buscar aqueles que estão mais esquecidos de Deus. Ser agradecido, agradecer a Deus os dons que Ele nos deu. Agradecer ao Senhor é encontrar-se com Cristo.

Seguiu-se a segunda reflexão a partir da “Parábola do Filho Prodigo” (Luc 15, 11-32) tendo o palestrante a certa altura, numa alusão ao filho mais novo que pede a sua herança ao pai e partiu para uma vida libertina de falsa liberdade, acentuou: O homem entende a liberdade como sendo fazer tudo que quer, com quem quer, tudo o que lhe apetece;

Assim o homem torna-se escravo do seu próprio proceder; não quer estar sujeito a regras; quis ser totalmente livre e tornou-se escravo (filho mais novo) e acabou por concluir que afinal na casa do pai era um homem livre e feliz. Por isso regressou a casa do pai e a si mesmo.

A liberdade absoluta, aquilo a que chamamos liberdade total, conduz à escravidão. O pai ainda vê o filho longe e vai ao seu encontro; abraça-o beija-o e manda preparar uma festa celebrar a chegada (a conversão) do filho, é um pai misericordioso.

O filho mais velho não entendeu a misericórdia do pai para com o seu irmão, que volta a casa e lamenta-se ao pai dizendo: Eu sempre te servi e estive contigo e nunca fizeste uma festa para mim e o pai diz-lhe: meu filho tudo que é meu é teu, mas o teu irmão estava morto e voltou à vida (converteu-se) e tinha-mos que fazer uma festa.

O pai alegra-se com aquele que cai no erro e se converte (filho mais novo). Assim é Deus connosco; Vem ao nosso encontro. Tantas vezes fazemos juízos, mas raramente felicitamos os outros, fazendo nossa a sua alegria.

E eu alegro-me com a mudança do outro, com a conversão do outro? Digo obrigado por aquela palavra, por aquele elogio. Por aquele gesto.

A terceira meditação foi centrada na Parábola “do rico e do pobre Lázaro” do Evangelho de S. Lucas (16, 19-31) em que é feito o relato de um lado do rico se regala com a sua fortuna e que não deixa o pobre nem sequer apanhar as migalhas que caem de sua mesa e do outro lado o pobre Lazaro que, como tantos que vivem os Sacramentos e neste mundo só aí encontram a felicidade e no entanto o rico que prescinde de Deus, goza de grande felicidade neste mundo. Será que Deus não escuta o clamor do Pobre? Vivendo na justiça, na presença de Deus eu contemplarei Deus na Sua glória. O Orante, através da Oração recebe a riqueza da presença de Deus em suas vidas, essa presença de Deus em cada um de nós.

O rico avarento é neste mundo um homem com muitos bens, mas de coração vazio; tem tudo mas uma vida vazia. O pobre não conseguiu saciar-se dos bens materiais, mas tem a presença de Deus nele, tem o Coração cheio do amor de Deus.

Sem a presença de Deus em nós existe sempre um vazio, mesmo que tenhamos muitos bens materiais.

A Gratidão é sobretudo este encontro pessoal com Jesus Cristo, que nos vai chegar dentro de semanas com o Menino Jesus.

E a terminar o Padre Renato, deixou um voto a todos os presentes: Que este ”Ano Jubilar” seja uma oportunidade para nos encontrar-mos com Jesus Cristo, esse Jesus que se compadece de nós, para sejamos suas testemunhas nos outros; muito mais pelo que fazemos do que pelo dizemos, como nos diz o nosso Bispo na sua Carta Pastoral.

Que seja um Ano Jubilar de Gratidão, no encontro pessoal com Cristo. Concluiu.

O dia de Espiritualidade terminou com a celebração da Eucaristia, Presidida pelo palestrante, Padre Renato Oliveira e concelebrada pelo Padre Manuel José Torres Lima, Assistente Diocesano do MCC.

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