Escrito por José Borlido

2022 11 14   2 escola padre fabio carvalho 2Palestrante Padre Fábio Carvalho

O Movimento dos Cursilhos de Cristandade, realizou no passado dia 14 de outubro, pelas 21.15horas no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque a 2ª. Sessão de Escola do MCC. Ano Pastoral 2022/2023, em que foi palestrante o Padre Fábio Carvalho, Capelão do Hospital de Santa Luzia, Pároco de Mazarefes e Director do Secretariado Diocesano da Pastoral da Saúde, que aprestou o tema: “A vida não acaba, apenas se transforma” A Morte, o Luto e a Esperança Cristã”.

Para uma plateia de mais de 90 pessoas, maioritariamente, de cursilhistas o Padre Fábio começou por introduzir o tema citando o Prefácio dos defuntos “A esperança da ressurreição em Cristo”, Cristo aceitou morrer na Cruz para nos livrar a todos da morte e entregou de boa vontade a Sua vida, para que pudéssemos viver eternamente; Nele está tudo contido na esperança que nos move, nas exéquias dos defuntos. Falou-nos detalhadamente do cuidado da ética, e cuidado da relação em fim de vida.

A morte apropriada e o tabu na aceitação da morte. - Hoje vive-se muito a morte desapropriada, talvez tenha começado com a pandemia, velórios e funerais a correr! não gostamos de estar muito tempo em contacto com o defunto, queremos libertar-nos dele o mais rápido possível. O luto é cada vez menos resolvido, porque começamos a evitar a morte dos outros e é fundamental voltarmos á apropriação da morte. Falou-nos de vários exemplos e constatação de morte desapropriada.

A EUTANÁSIA: O Palestrante falou-nos em seguida da eutanásia referindo: Como sabemos a eutanásia irá ser uma realidade em Portugal e do muito inverdadeiro que se fala acerca dela é necessário reter: A Lei da eutanásia não é um decreto, é uma responsabilidade para que não se chegue a esse facto e para isso é necessário promover a ética do cuidado em fim de vida. A morte é uma realidade que todos vamos enfrentar e devemos apropriar-nos da morte, para a enfrentar com serenidade.

O QUE É O LUTO? – O luto é uma resposta característica a uma perda significativa, é uma reacção natural a uma perda; O luto tem que acontecer! Nós temos que chorar as perdas de alguém que se ama, porque é fundamental para que possamos voltar a viver. Temos que aceitar a partida de quem está a morrer e não lhe negar essa situação de que está no fim da vida, para que parta em paz e não parta desacompanhado. Hoje a nossa sociedade tem a tentação de negar a morte a quem está em fim de vida.

AS TRAJECTÓRIAS DO LUTO: Existem várias trajectórias do luto, o luto apaziguado, «que aceita o luto»; O luto traumático, a pessoa que fica tem dificuldade de resolver o luto «falecimento prematuro»; o luto inibido, «a pessoa não exteoriza os seus sentimentos»; o luto desautorizado, particularmente verificado em tempo de pandemia, em que era impedido o contacto com os entes-queridos hospitalizados, e a falta de acesso ao corpo após o falecimento, que incluía proibição de exéquias»

O Palestrante citou a Exortação Apostólica de Bento XVI “Salvos na Esperança” para referir: A esperança Cristã reside na Páscoa, na passagem de Cristo da morte á vida; Cristo venceu a morte e sinto que não nasci para desaparecer, mas que viverei com Cristo para sempre.

Eu espero em Cristo e sei que Cristo não se engana: Há muitas esperanças! mas o homem necessita de uma esperança que vá mais além, uma esperança total, pois a esperança mediana é sempre a esperança para amanhã, nós precisamos da esperança de todos os dias e a grande esperança só pode ser Deus.

E continuou: quando Deus salva a humanidade, não salva algo de abstracto, mas salva-me a mim e a ti e como referia D. Anacleto Oliveira na sua Carta Pastoral: Cristo em nós a Esperança da Glória. “Alegremo-nos e rejubilemos” sobre este monte o Senhor do universo, há-de preparar para todos os povos suculentos manjares.

A CREMAÇÃO

No período destinado a perguntas dos presentes, o Palestrante foi questionado sobre se a cremação estava de acordo com os princípios cristãos; o Padre Fábio referiu que a cremação é possível, pois está contemplada no manual das exéquias, que refere: A todos aqueles que tiverem optado pela cremação do próprio cadáver pode conceder-se a possibilidade de celebrarem as Exéquias cristãs, a não ser que a sua decisão seja devida a razões contrárias à fé cristã. Sendo que mesmo no caso da caso é importante fazer o luto como atrás foi referido, o que muitas vezes não acontece.

Próxima sessão de escola dia 12 de dezembro: Palestrante Padre Paulo Alves – Tema: Desiderio Desideravi”, Carta Apostólica do Papa Francisco – A beleza da celebração litúrgica e o seu papel na evangelização.

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