Escrito por José Borlido

5escolaborlido 4Realizou-se no passado dia 08 de janeiro, pelas 21,15 horas no Centro Paulo VI em Darque, a 5ª Sessão de Escola de Cursilhistas, em que foi palestrante José Borlido, da Meadela, Dirigente do MCC e Secretário do Movimento, cujo tema da sessão foi “O 4º. Dia do Cursilhista – Comunhão e Testemunho”.

Acabados de viver as cerimónias da transladação dos restos mortais de D. Júlio Tavares Rebimbas para a sé e ainda com o eco das palavras “Isto Vai! Isto vai! de D. Júlio lembradas na homilia pelo nosso Bispo D. Anacleto que concluiu com um Obrigado a D. Júlio dizendo “Obrigado D. Júlio e creia que com Cristo isto vai!" o palestrante começou por referir que foi pelo Batismo que recebemos o mandato do Senhor para sermos Evangelizadores “Ai de Mim se não Evangelizar”, referindo palavras da Exortação Apostólica do Papa Francisco, Evangelii-Gaudium (Alegria do Evangelho) - “Evangelizar deve ser a nossa primeira preocupação, que advém da nossa condição de Batizados na Igreja do Senhor Jesus”.

S. João Paulo II dirigindo-se aos Cursilhistas na Ultreia Nacional em Roma - Itália, lembrou aos Cursilhistas a Carta Magna da Evangelização – a “Evangelii Nundiandi” - de Paulo VI; que nos diz: “Evangelizar é levar a Boa Notícia de Cristo a todos os ambientes da humanidade”…

Mas não há humanidade nova sem que em primeiro lugar haja homens novos, com a novidade recebida do Baptismo e de uma vida segundo o Evangelho: A finalidade da Evangelização é antes de mais essa mudança interior em cada em cada um de nós.

É o mesmo S. João Paulo II que, dirigindo-se aos Cursilhistas na Ultreia Europeia diz:

“Animo-vos no vosso empenho de ir mais além –“Ultreia”, quais verdadeiros servidores do Evangelho para o homem… para todo o homem.

No Evangelho o valor da pessoa humana, da sua existência, é elevado à transcendência, essa é a meta de toda a Evangelização e também do Movimento Cursilhista.

Este é pois dever de todos nós Cristãos e Cursilhistas, levar Cristo aos outros, tendo a coragem de O testemunhar, em todas as situações da nossa vida.

Na Exortação Apostólica “Evangelii-Gaudium” diz-nos o Papa Francisco: A alegria do Evangelho é tal que ninguém no-la poderá tirar (Jo 16-22): Os males do nosso mundo e também os da Igreja – não deveriam servir como desculpa para reduzir a nossa entrega e o nosso ardor; Devemos vê-los como desafios para crescer.

Fruto dessa alegria de ter visto o Senhor, a Samaritana, logo que terminou o seu diálogo com Jesus, tornou-se Missionária, e muitos acreditaram em Jesus ”devido às palavras da mulher”; que depois do seu encontro com Cristo; Começou imediatamente a proclamar… que Jesus era filho de Deus (act 9-20). E nós porque esperamos? Questiona o Santo Padre na referida Evangelii Gaudium.

Diz-nos o Santo Padre: Papa Francisco: Sempre me angustiou a situação das pessoas que são objeto das diferentes formas de injustiça, de desamor (que são injustiçados e não amados).

Quem dera ouvisse o grito de Deus! Perguntando a todos nós “Onde está o teu Irmão”?

Onde está o teu irmão que está na pequena fábrica clandestina, na rede de prostituição, nos sem-abrigo, nos refugiados, nas crianças usadas para a mendicidade, nos idosos tantas vezes abandonados pelos próprios familiares e em tantas outras formas de desumanização da sociedade?

VIVER NA AMIZADE COM DEUS E COM OS HOMENS

A relação de amizade é a forma genuinamente humana e genuinamente Evangélica de comunicação entre os homens. “O que não ama por si mesmo”- não se ama; afirma Santo Agostinho. Amar significa colocar a própria felicidade na felicidade dos outros. E então podemos interrogar-nos: “Eu não te pergunto se és feliz, mas se são felizes aqueles que vivem a teu lado” “Não há maior amor que dar a vida pelo amigo” disse Jesus.

O amigo verdadeiro há de ser como o sangue, que logo aparece na ferida, sem que o chamem, palavras de Eduardo Bonnín, fundador dos Cursilhos de Cristandade.

O Papa Francisco reforça o caminho da amizade, como esse ardente desejo de amizade com Deus e diz-nos que: “é saindo sem cansaço, ao encontro” estreitando as relações de amizade, que se consegue Evangelizar os afastados; Jesus é o nosso melhor amigo - Eis aqui um tema apaixonante!

Quem ler com vagar e satisfação e meditar os Evangelhos, será deslumbrado pela cordialidade e finalidade de Jesus, para com os seus amigos. “E tudo isto por mim!” “E tudo isto por mim!” Foi o sangue derramado na Cruz por Jesus Cristo, dando a sua própria vida por aqueles a quem amava e de quem era verdadeiro amigo (por todos nós) e por quem não regateou a sua própria vida e que Ressuscitado e vivo no meio de nós continua a amar-nos sem medida, porque É infinitamente misericordioso.

Como Cristãos, não tiremos férias, nem trabalhemos em part-time, nem desligados da comunidade, mas ligados a ela e a tempo inteiro ao serviço do Senhor da Sua Igreja e dos Irmãos,

Sejamos ilhas de amor no mar da indiferença, para fazer-mos crescer a sociedade do amor, porque é através do amor a Deus que chegaremos aos outros de coração aberto, não tanto pela palavra mas pelo nosso testemunho de vida. Temos que saber conjugar as palavras: com licença, desculpa e obrigado: como nos diz o nosso Bispo D. Anacleto, nos pontos 48 a 53 da sua Carta Pastoral “EU VIM PARA SERVIR;

Palavras que devem ser o lema de vida em casal e que também o Papa Francisco tantas vezes refere ao longo da sua Exortação Apostólica “Amoris Laetitia” - A alegria do Amor. E não esqueçamos que família que reza é família unida e feliz.

O caminho que que Deus nos reservou para seguirmos será sempre mais fácil e produtivo se o trilhar-mos em comunidade com os irmãos, “em Grupo”.

Vivamos com sentido de comunhão de Igreja e de Irmãos e testemunhada no nosso modo de ser e agir: no ambiente familiar, na Paróquia e em todos os nossos ambientes. Tenhamos sempre, presente que se é verdade que pertencemos a uma Comunidade Paroquial da qual estamos mais próximos: É também verdade que pertencemos e que somos Diocese, e que é nosso dever estarmos atentos ao que nela se passa e colaborarmos, dentro das nossas possibilidades, naquilo que nos for solicitado e sobretudo participando nas iniciativas Diocesanas.

É fundamental a nossa comunhão de Igreja para vivermos e realizarmos a nossa missão de Cristãos e de Evangelizadores, cujas portas nos foram abertas pelo Concílio Vaticano II, tonando-nos corresponsáveis na Igreja do Senhor Jesus; porque é lá onde o nosso dia-a-dia se desenrola; na família, na fábrica, no trabalho, na Autarquia, nas Instituições e em todas as situações da nossa vida, onde o nosso papel (pela palavra e pelo testemunho) é insubstituível.

A nossa comunhão em comunidade Paroquial é importante para que tenhamos Paróquias vivas e dinâmicas e uma Diocese em que todos nós os diocesanos nos sintamos parte integrante e disponíveis participar suas iniciativas Pastorais e outras.

O Palestrante continuou: Se é importante (como atrás foi referido) fazermos comunidade em Paróquia, é também importante a nossa comunhão com a nossa Diocese. Na Oração do Jubileu dos 40 anos da nossa Diocese, que rezamos ao Senhor, no fim de cada Eucaristia, como nos foi recomendado pelo nosso Bispo D. Anacleto neste ano Jubilar da nossa Diocese rezamos: “Faz com que as nossas comunidades cristãs, Edificadas pela palavra alimentadas pela Eucaristia, Cresçam na comunhão”

É também nesta comunhão e na consciencialização de que somos Igreja Diocesana, que somos convidados a refletir e de um modo especial até à conclusão do Ano Jubilar a 3 de Novembro de 2018. Somos uma jovem Diocese é certo! Com apenas 40 anos; mas mesmo assim é já a idade da maturidade e por vezes continuamos a verificar que muitos dos nossos Cristãos, ainda entendem a Igreja, confinada apenas à sua Paróquia, (pequena ou grande) e a Diocese “talvez distante fisicamente” é o também distante na comunhão.

Foi um percurso de séculos, que teve no Beato Bartolomeu dos Mártires o seu primeiro impulsionador quando depois de nomeado Arcebispo de Braga, mandou construir o convento de S. Domingos onde haveria de viver alguns anos da sua vida e onde e morreu e está sepultado.

Sendo finalmente criada a Diocese de Viana do Castelo, a 3 de Novembro de 1077, pela Constituição Apostólica “Vianensis fortaleza” do Beato Paulo VI.

Vivamos o ano 2018 no espírito da Carta Pastoral de D. Anacleto “Somos Igreja que Agradece”.

Abramos o nosso coração a Cristo e agradeçamos-lhe o dom da fé, fazendo o propósito de que o nosso testemunho de vida fale de Deus aqueles que connosco se cruzam no nosso dia-a-dia, para que o mundo seja melhor e os nosso ambiente mais Cristianizados.

Aqui fica um resumo do trabalho apresentado na presente sessão de Escola, que pretendeu consciencializar-nos para o nosso papel de Cristãos e de evangelizadores e nos alertar para uma maior consciencialização do nosso ser de Diocesanos.

Veja aqui as fotos deste evento.